terça-feira, junho 20, 2006

Exploração de vidas

Exploração de vidas

Você já parou pra pensar o que esta acontecendo no mundo????
As guerras, a alta do petróleo e os EUA ainda por cima querendo absolutamente tudo que vê pela sua frente.
Impressionantemente isso não é novidade num mundo como o nosso, falar sobre isto acaba se tornando algo comum, algo que muitas vezes as pessoas não levam a sério.
Porém não deveria ser, pois, você acha justo pessoas morrerem em vão ? Acha justo a natureza ser explorada do modo que é hoje ? E por fim mais não menos importante você acha justo um país ter todo o mundo ou quase todo em suas mãos ?
Eu acho que não.
Na verdade os três problemas que citei acima são frutos de anos e anos de olhos, bocas e ouvidos fechados e de governantes irresponsáveis que pensam apenas no seu lucro e no seu mundo sujo cheio de exploração em cima paises pobres (que aceitam isso pois sua divida externa com esses faz com que eles não tenham voz frente ao poderio econômico de vários paises “especialmente os EUA que faz questão de que o mundo perceba isto pois assim ele poderá manter sua hegemonia como potencia mundial e seu autoritarismo barato”).
O petróleo na verdade só começo a ser realmente explorado e do jeito que ele é hoje quando os paises ricos e investidores de muitas fabricas (principalmente a automotiva pois do petróleo deriva a o combustível ) se deram conta que ele podia acabar, e essa “descoberta” fez surgir o que chamamos de “época da escassez” antes dela não se tinha muita noção sobre a quantidade de petróleo mundo e como agora nós a temos podemos até afirmar que num futuro próximo ele ira acabar (apesar de ele já estar acabando)
O que realmente me preocupa é que os EUA já tem a sua própria reserva de petróleo então se este acabar todos os paises terão que se curvar mais uma vez a ele (se o mundo não achar uma solução rápida para a falta de petróleo) .
Por isso a grande interesse dos Eua no Irã e em vários paises ao seu redor pois aquela região e rica em petróleo ,e ele não poupara nem dinheiro nem vidas para conseguir o que quer.
Na minha opinião o mundo hoje esta mais preocupado com o petróleo (especialmente os EUA) do quem com a população e o meio ambiente em geral, pois muitas vezes o que percebemos é que a natureza e alguns seres humanos não agüentam mais serem explorados pelo capitalismo sem fim e sem escrúpulos dos EUA e dos paises ricos.


segunda-feira, junho 12, 2006

11 de setembro e a Mídia

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Obs. Fonte da imagem questionável: http://www.wesak.net/
Material enviado pela aluna Anelise Viana

quinta-feira, junho 08, 2006

Potências definem estratégias no jogo do petróleo escasso

Os preços contam a história. A “era da abundância” de petróleo terminou no início da década de 1970, quando o barril custava menos de três dólares. Ela foi sucedida por uma longa transição, de quase três décadas, na qual os preços reais - isto é, ajustados pela inflação - conheceram bruscas oscilações. Na virada do século XXI, começou a “era da escassez”, cujo reflexo é a tendência ao aumento dos preços do barril.

A “era da abundância” durou cerca de um século, desde as descobertas pioneiras de petróleo nos EUA até o primeiro “choque de preços”. O petróleo e a indústria automobilística desenharam a economia mundial capitalista do século XX. A geopolítica do petróleo, nos seus ciclos “britânico” e “americano”, desenhou as fronteiras do Oriente Médio e definiu as relações entre as empresas multinacionais petrolíferas e os “potentados do petróleo” do Golfo Pérsico.

A longa transição atravessou duas etapas. Na inicial, os “choques de preços” de 1973 e 1979, provocados por decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), refletiram a falta de investimentos em pesquisa e prospecção de novas reservas. O cartel dos exportadores controlava a oferta e manipulava os preços, pois nas décadas anteriores de abundância as multinacionais petrolíferas acomodaram-se ao conforto das fontes conhecidas.

Mas a alta dos preços rompeu a acomodação. Incentivadas por taxas de rentabilidade inéditas, as empresas de petróleo descobriram novos campos, que logo entraram em produção. Na etapa final da transição, a oferta aumentou e fugiu ao controle da Opep. Os preços do barril caíram para um patamar próximo de quatro dólares e chegaram a desabar para profundezas inferiores a três dólares em 1998.

A “era da escassez”, que já começou, durará décadas. Ela decorre da combinação de dois fenômenos: a expansão acelerada do consumo da China e da Índia e o ritmo desolador da descoberta de novas reservas petrolíferas na última década. Hoje, sob o efeito conjuntural da crise no Iraque, os preços nominais do barril giram acima dos 50 dólares e os preços ajustados pela inflação ultrapassam dez dólares. Esses preços podem até cair, mas a marcha de longo prazo de aumento de preços parece inevitável.

O petróleo existe, fisicamente, em quantidades imensas. Contudo, as reservas economicamente exploráveis representam apenas uma fração das reservas físicas potenciais. Depois do esgotamento das reservas exploráveis, o petróleo remanescente, enterrado a grandes profundidades, custará caro demais para ser recuperado. A humanidade substituirá o “ouro negro” por outras fontes energéticas.

Na “era da abundância”, ninguém se interessava muito pelas reservas, o que importava era a produção em campos pouco profundos. Na “era da escassez”, pelo contrário, todos os olhares estão postos nas reservas economicamente exploráveis: quem oferecerá petróleo quando a maioria dos poços do mundo tiver secado?

O panorama das reservas comprovadas é desolador para os grandes consumidores. Perto de 80% dessas reservas está em países da Opep. Os “potentados do Golfo”, especialmente a Arábia Saudita, detêm a parte do leão. A ex-URSS, maior produtor e exportador atual, tem menos de 8% das reservas totais: ela não poderá substituir, em médio prazo, os fornecedores tradicionais de petróleo.

A “era da escassez” é uma era de conflito e tensão. O nome do jogo é garantir fornecimento estável de petróleo ao longo das próximas décadas. Os Estados Unidos, como maior importador mundial e principal potência global, encontra-se no centro do grande jogo. Mas, no plano regional, os maiores importadores são a Ásia/Pacífico e a Europa Ocidental. No horizonte de décadas, a dependência dos países asiáticos será muito agravada. As importações da Índia tendem a ultrapassar as do Japão. A China, que já é o segundo consumidor mundial (quase 8% do total, contra 7% do Japão e 25% dos EUA), passou a usar internamente a sua imensa produção (a quinta do mundo, em torno de 3,5 milhões de barris/dia, mais do que o México e bem mais do que a Venezuela) e, nos dois últimos anos, tornou-se importador. Nas próximas décadas, ela também importará mais do que o Japão.

Os maiores exportadores atuais de petróleo dividem-se, com raras exceções, em três grupos: os “potentados do Golfo”, a ex-URSS e os exportadores das Américas (México e Venezuela). A estratégia petrolífera dos EUA abrange políticas para essas três frentes. No Golfo Pérsico, trata-se de impedir a desestabilização política da monarquia saudita, recuperar a capacidade exportadora do Iraque e, de algum modo, derrubar o regime antiocidental do Irã. Na ex-URSS, a meta é consolidar a cooperação com o regime de Vladimir Putin e assegurar fornecimentos crescentes de petróleo. Nas Américas, o objetivo é garantir fontes alternativas às do Golfo Pérsico, o que torna vitais as relações com uma Venezuela engajada na “revolução bolivariana”.

Europeus e asiáticos dependem ainda mais que os americanos das fontes do Oriente Médio. Antes da invasão americana do Iraque, em 2003, empresas de petróleo chinesas haviam firmado contratos milionários de prospecção e exploração com Saddam Hussein. Esses contratos foram cancelados com a queda do regime iraquiano. Porém, as empresas chinesas disputam acirradamente com as competidoras americanas e européias o controle de concessões na África.

O quadro dos grandes exportadores tende a mudar com rapidez. Campos que entraram em exploração após os “choques de preços” dos anos 1970, como o do Mar do Norte, já se encontram em declínio. A Grã-Bretanha perdeu a condição de exportador significativo e logo será a vez da Noruega. A ex-URSS perderá inevitavelmente posições no ranking das exportações de petróleo, pois suas reservas não podem sustentar por muito tempo o ritmo atual de extração. Ela se tornará, isso sim, a grande fonte de gás natural para toda a Europa, pois detêm mais de 30% das reservas mundiais.

O grande jogo do petróleo começou no Oriente Médio, às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-18) e terminará também no Oriente Médio. Essa é a profecia fácil, que decorre da análise das reservas comprovadas. A profecia difícil é imaginar o cenário geopolítico do Golfo Pérsico no futuro próximo. O fracasso americano no Iraque, as ameaças de Washington contra o Irã e a crise crônica do Estado saudita são os componentes principais do enigma, que se ramifica na Palestina e, em geral, no mundo árabe-muçulmano. Ninguém sabe decifrá-lo. Sorte dos especuladores.
FONTE: Correio Geográfico - Maio 2006 -
Número 12 - Projeto de Ensino de Geografia da Editora Moerna.
Autor do artigo: José William Vesentini
(
http://www.geocritica.hpg.ig.com.br/)
José William Vesentini é Doutor e Livre Docente em Geografia e Professor e Pesquisador no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Leciona e orienta alunos nos cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado).
Pesquisa, escreve, leciona e orienta alunos nas seguintes temáticas: Ensino da Geografia e Geografia política/geopolítica.
Também realiza assessorias para escolas, secretarias estaduais ou municipais de educação e órgãos/institutos de pesquisas e/ou publicações nas áreas de geografia, geopolítica e ensino.